segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Parecer sobre o amor!

Como filósofo, o tema AMOR nunca me chamou muito a atenção, não sei bem o por quê, também não vem ao caso procurar essa resposta, o fato é que me senti tocado, por circunstâncias um tanto quanto incompreensíveis, a escrever sobre ele. Não sei se vou conseguir externar aqui o que penso (e sinto, afinal amar é sentir) sobre o amor. Estou com quase 40 anos de idade e uma primeira constatação é de que esse sentimento, que ao longo de toda vida chamamos de "amor", se apresenta com facetas e características diferentes. Na tenra idade da adolescência ele surge como um tornado, nos retira o chão, nos obriga a não pensar em mais nada a não ser no "objeto" amado. Neste período, somos arrebatados pela descoberta de que somos inconclusos e que o outro pode nos preencher uma lacuna que já nasce conosco. Nos angustiamos quando a pessoa amada não nos é acessível, ou se é, nos corroemos junto com o tempo na dura espera de rever o que amamos quando este está distante. Amar, neste período da vida, é sofrer, mas não sofrer de dor física, desespero ou falta perpétua, é sim um sofrer "gostoso" onde vemos no objeto desejado uma fuga pra nos encontrarmos no outro, naquele que acreditamos que nos preencherá, fundirá seu ser com o nosso, para, finalmente, tornarmo-nos um só.
Ao passar dos anos, o "amor tornado" perde força, assenta-se, ganha calmaria. O turbilhão de sentimentos que outrora nos confundia agora nos compraz, nos aprimora, nos eleva, nos acrescenta e nos guia. Amar, portanto (ao menos na minha experiência como humano) é viver de modo a permanecer aberto ao outro; esse outro nem sempre nos afirma, mas também nos negativa. O fato é que uma vida com amor nos completa, porém também nos dá conta de como somos incompletos. Bom, acho que é isso! Pelo menos tentei transcrever um pouco em palavras aquilo que pouco compreendemos!
Voltem sempre!