quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sábio Rui Barbosa!

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."

(RUI BARBOSA)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ciência, serve para quê?

A pesquisa científica representa um ponto de extrema importância no universo do ensino superior, diria que é sua espinha dorsal; dentro da tríade ensino/pesquisa/extensão representa a excelência da produção de novos conhecimentos, teorias e, conseqüentemente, tecnologias, ou seja, sem pesquisa (ciência) não há inovação, em todos os sentidos. Os países desenvolvidos investem somas consideráveis do seu orçamento em projetos de pesquisas empreendidos pelas Universidades e Institutos, pois são sabedores de que as inovações tecnológicas geradas por tais procedimentos são vetores de desenvolvimento econômico e social. Infelizmente o Brasil parece não compreender que a Ciência é mola propulsora importante na promoção de justiça social, pois, para muitos, aparentemente uma coisa não tem nada a ver com outra. Ledo engano!
O investimento em pesquisas científicas proporciona o surgimento de melhorias consideráveis para a vida concreta do ser humano, novas máquinas, novos medicamentos, novas relações de produção e consumo, contudo, os pessimistas diriam que elas também podem gerar malefícios, raciocínio que sou obrigado a concordar, afinal, o que define uma nova tecnologia como boa ou má depende do uso que se faz dela, isto é, dependemos de uma análise ética da situação, então ela não é essencialmente só boa ou só má, depende de seus usos.
Precisamos fazer uma distinção entre Ciência, Técnica e Tecnologia, pois normalmente existe, em se tratando de senso comum, uma confusão com os termos. Ciência é a teorização, a pesquisa elaborada com vistas para pesquisar um determinado objeto e, acima de tudo, explicar, produzir um novo efeito; ciência, então, é planejamento, raciocínio, análise.
Tecnologia é o resultado material e concreto daquilo que foi pesquisado, obviamente nem toda pesquisa científica produz algo material, mas nem por isso deixa de ser Ciência. Por exemplo, na área de Ciências Humanas o resultado das pesquisas científicas não se caracteriza, necessariamente, pela criação de novas tecnologias, mas nem por isso deixam de trazer um novo olhar sobre aquilo que foi pesquisado. A Técnica consiste na habilidade necessária para a utilização da tecnologia, que é o resultado material da ciência. Para exemplificar peguemos o caso das engenharias que possuem como finalidade principal a criação de tecnologias. Essas inovações precisam de pessoas hábeis no seu manuseio, ou seja, que detenham as técnicas e habilidades para o seu correto uso.
Assim, dependendo da área do saber a Ciência ganha contornos e formas diferenciadas, algumas áreas científicas fornecem novas abordagens e explicações para o objeto estudado, enquanto que outras áreas, além disso, apresentam uma materialidade externada pelo surgimento de uma nova tecnologia para o uso humano.
O Brasil ainda ocupa uma posição singela em relação às publicações científicas no panorama mundial; apenas para exemplificar, o topo do ranking é ocupado pelos Estados Unidos, com aproximadamente 400.000 artigos anuais; a China aparece em segundo com 200.000; o Brasil encontra-se na 15ª posição, com cerca de 30.000 artigos publicados anualmente. Portanto, estamos longe da realidade de outros países. Talvez essa diferença se explique na maneira como o governo brasileiro enxergue o dinheiro destinado para a ciência, ou o vê como despesa, e aí nunca alcançará patamares mais elevados, ou como investimento, que só dará seus frutos tempos depois quando a economia estará a ponto de competir em qualidade com qualquer outro país dito desenvolvido, caracterizando o país não mais como importador de tecnologia, mas como exportador.
Por fim, quem pretende ocupar uma posição de destaque na economia deve preocupar-se com a quantidade e a qualidade de sua produção científica, pois elas constituem o termômetro do progresso econômico do país, e, por conseqüência, do progresso social. A destinação, portanto, de investimentos públicos para a pesquisa deve ser pensada criteriosamente como fator de desenvolvimento e não como algo supérfluo.
Voltem sempre!