quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sábias palavras!

“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”. Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

As 48 Leis do Poder - Lei nº 02 NÃO CONFIE DEMAIS NOS AMIGOS. APRENDA A USAR OS INIMIGOS "Cautela com os amigos - eles o trairão mais rapidamente, pois são com mais facilidade levados à inveja. Eles também se tornam mimados e tirânicos. Mas contrate um ex-inimigo e ele lhe será mais fiel do que um amigo, porque tem mais a provar. De fato, você tem mais o que temer por parte dos amigos do que dos inimigos. Se você não tem inimigos, descubra um jeito de tê-los." (Robert Greene, Joost Elffers)

Para rir um pouco!


Fonte: www.willtirando.com.br

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Política real e política do mundo da fantasia!

Lembro-me de que quando era adolescente, lá pelos idos dos anos 80, adorava ver noticiários sobre política, achava interessante todos aqueles homens de gravatas e ternos escuros, com ar soberano e senhor das suas ações, detentores do poder de decidir coisas que implicariam diretamente na vida de todas as pessoas do país.
Essa especie de "encantamento" que eu tinha não conduzia para uma vontade de um dia ser político, nunca tive essa pretensão, pois sempre achei uma posição importante demais, com muitas responsabilidades, onde o pensamento para o coletivo deve estar sempre em primeiro lugar. Os interesses particulares devem ser esquecidos completamente quando se ocupada um cargo público.
Agora, já com uma idade madura, tenho uma outra visão da política, só que não mais romantizada ou idealizada, mas real, crua e visceral. Os anos que intermediaram a minha adolescência e a idade que tenho hoje, isso perfaz uns 25 anos, me mostraram e me deram subsídios para perceber que as pessoas que ocupam cargos públicos no Brasil tem nos interesses particulares, oligárquicos e partidários o principal fundamento nas tomadas de decisões. O povo, que deveria ser todo o fundamento das decisões, e os maiores interessados, acabam sendo relegados a terceiro, quarto, e se sobrar lugar, último plano.
Não sei se me alegro ou me entristeço com a queda de ministros, funcionários e políticos em vários escalões. Se me alegro é porque essas falcatruas estão vindo à tona e as pessoas ficam sabendo quem é quem. Se me entristeço é porque não vejo solução para a corrupção e desonestidade tão cedo, pois as vejo como constituintes da própria essência da cultura política brasileira desde a origem.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PROBLEMAS TÉCNICOS!

OLÁ ALUNOS, ESTOU TENDO PROBLEMAS TÉCNICOS PARA POSTAR OS ARQUIVOS! AINDA ESSA SEMANA RESOLVEREI!
ABRAÇOS!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


www.willtirando.com.br

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As lições dos Estados Unidos


A atual crise da dívida pública dos Estados Unidos acendeu novamente a luz vermelha nas relações internacionais; mais do que tudo trouxe à tona a fragilidade de uma era de integração econômica onde o mundo se conecta em elos de interdependência, o que acontece em qualquer canto do planeta tem peso decisivo no bojo de todas as relações efetuadas no globo. Ou seja, tomando por base a teoria do caos, uma borboleta batendo asas na Ásia faz com que um furacão acontece na América.
Para um economista ou um administrador isso é óbvio e fruto de uma economia que se mostra interdependente, refletindo a mais própria Divisão Social do Trabalho, onde alguns países se especializam ou tem sua base econômica na produção de matérias-primas para a exportação, como é o caso do Brasil, ou fundamentam-se na exportação de tecnologia de forte valor agregado, como por exemplo, Japão e Estados Unidos.
Proponho analisarmos em outro prisma. Ocupar a primeira posição no planeta demanda uma série de dispêndios e esforços, isto é, não é fácil alcançar o lugar mais alto da hierarquia econômica, política, militar e cultural, como é o caso do EUA, pior ainda é manter essa posição indefinidamente. A história nos mostra que todos os grandes impérios sucumbiram, não duraram para sempre. O império de Alexandre, o grande, desabou frente a sua própria sede de incorporações territoriais, algo parecido aconteceu com o império romano, que mesmo durando mil anos viu seu fim chegar. A Inglaterra, que dominou o planeta durante o século XIX teve seu lugar tomado justamente por esta nação que agora sofre com sua crise interna, mas que talvez não leve apenas ela, mas muitos outros países para a bancarrota. Seguramente seu lugar será tomado por outro país. Qual será?
Não estou dizendo que os Estados Unidos sucumbirão agora, apenas que se prevalecer a lógica da história mais cedo ou mais tarde eles darão seu lugar a outro país, ou, na pior das hipóteses, para o surgimento de outro modelo econômico, desaparecendo por completo o modo de produção capitalista; isso já aconteceu, como exemplo tivemos o fim do modo de produção escravista, o fim do modo de produção feudal, entre outros. A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que virá? O que acontecerá num futuro não muito distante? Isso só o tempo poderá dizer.
Qualquer coisa que dissermos são apenas suposições, o fato é que o capitalismo prescinde sua existência unicamente de recursos naturais, e quando estes não forem mais suficientes ele desaparecerá. Existem visões ou teorias otimistas e pessimistas em relação a maneira de vivermos e estabelecermos nossas “relações sociais de produção” (como diria o bom e velho Karl Marx). Leon Trotsky disse, numa alusão extremamente pessimista: "Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!" Já Winston Churchill asseverou: “A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.”
Estas são apenas algumas divagações acerca desse panorama que se desvela, mostrando-se multifacetado e indicando várias possibilidades de abordagem, cabe a cada um pensar o seu tempo, que aparece como tendo característica indelével a extrema velocidade nas relações e ao mesmo tempo de intensas dependências, sejam econômicas, sociais e culturais; estamos todos no mesmo barco ao sabor dos ventos, ou do bater das asas da borboleta.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Vale a pena conferir muito mais tirinhas bacanas no site www.willtirando.com.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Concentração indisciplinada!

Recentemente li um artigo que versava sobre a dificuldade das novas gerações em se concentrarem naquilo que estão fazendo, mais especificamente em relação ao estudo. O mesmo artigo falava que os professores devem aprender a trabalhar didaticamente com essa geração que não possui mais essa capacidade de manter o foco em um texto mais científico (ou mesmo numa literatura ficcional) por mais do que alguns parcos minutos. Pois bem, fiquei pensando sobre isso, e cheguei a conclusão, por dedução é claro, que isso não é verdade. Negar a capacidade de um ser humano poder se concentrar é negar a própria evolução humana, enquanto vetor de transformações do homem ao longo do tempo. Como evoluímos tanto se não nos concentramos?
Acredito que na atualidade desse mundo de velocidade vertiginosa a concentração está sendo usada como fator de colonização. Vou explicar! Estamos num novo estágio de dominação colonial, desta vez dominação tecnológica. Os países ditos desenvolvidos monopolizam o potencial de raciocínio, pois concentram-se mais na produção científica e tecnológica. Enquanto no Brasil, pela nossa própria formação cultural, valorizamos outras coisas, como por exemplo a praia, o sol, uma garrafa de cerveja, uma música que faz requebrar os quadris, não arrumamos tempo para nos concentrarmos, deixando para outros povos essa "árdua tarefa". He Brasil, sempre deitado em berço esplêndido!
Enquanto continuarmos a acreditar que esse tipo de educação aqui existente é o suficiente para tornar essa país uma potência estamos fadados a mesmice de um povo que só se regozija quando a seleção brasileira de futebol entra em campo. Nosso povo está mais interessado em consumir a tecnologia produzida por outros países (ressalto, produzida com grande poder de pesquisa e concentração) do que debruçar-se sobre livros, planilhas, tubos de ensaio, e promover a sua própria revolução tecnológica. Me parece que pensar é uma atividade árdua demais, triste, chata, destinada à alguns poucos, sendo assim, melhor deixar para outros povos, os japoneses talvez, introspectivos por natureza, ou os europeus, frios e chatos, incapazes de se comover com a nossa Axé Music. Continue assim Brasil, vamos ver onde chegamos negando a própria essência do Homo Sapiens, a capacidade de pensar.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Me parece hipocrisia!

Morreu Amy Winehouse! Isso todos sabem, mas vamos dialogar sobre isso. Nunca fui fã dela, não porque acho que ela não tenha uma bela voz, muito pelo contrário, considero com um timbre fantástico. O que nunca me agradou em Amy foi sua postura enquanto ser humano, demonstrando, por diversas vezes, a falta de atitudes condizentes e esperadas pelas outras pessoas. Por exemplo, não raro em seus shows apresentava-se bêbada e, por vezes, não conseguia ao menos conclui-lo. Sem falar nos casos de uso de drogas. Portanto, não era exemplo moral para ninguém. Vejam bem, estou falando das atitudes comportamentais dela e não da sua capacidade musical, que, diga-se de passagem, era fantástica.
Me parece hipocrisia, agora que ela se foi, ficarem rezando e concedendo homenagens para uma pessoa que em vida não mostrou essa mesma benevolência com o público que a ajudou a enriquecer! Nossa, o ser humano é mesmo incompreensível!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sábio Rui Barbosa!

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."

(RUI BARBOSA)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ciência, serve para quê?

A pesquisa científica representa um ponto de extrema importância no universo do ensino superior, diria que é sua espinha dorsal; dentro da tríade ensino/pesquisa/extensão representa a excelência da produção de novos conhecimentos, teorias e, conseqüentemente, tecnologias, ou seja, sem pesquisa (ciência) não há inovação, em todos os sentidos. Os países desenvolvidos investem somas consideráveis do seu orçamento em projetos de pesquisas empreendidos pelas Universidades e Institutos, pois são sabedores de que as inovações tecnológicas geradas por tais procedimentos são vetores de desenvolvimento econômico e social. Infelizmente o Brasil parece não compreender que a Ciência é mola propulsora importante na promoção de justiça social, pois, para muitos, aparentemente uma coisa não tem nada a ver com outra. Ledo engano!
O investimento em pesquisas científicas proporciona o surgimento de melhorias consideráveis para a vida concreta do ser humano, novas máquinas, novos medicamentos, novas relações de produção e consumo, contudo, os pessimistas diriam que elas também podem gerar malefícios, raciocínio que sou obrigado a concordar, afinal, o que define uma nova tecnologia como boa ou má depende do uso que se faz dela, isto é, dependemos de uma análise ética da situação, então ela não é essencialmente só boa ou só má, depende de seus usos.
Precisamos fazer uma distinção entre Ciência, Técnica e Tecnologia, pois normalmente existe, em se tratando de senso comum, uma confusão com os termos. Ciência é a teorização, a pesquisa elaborada com vistas para pesquisar um determinado objeto e, acima de tudo, explicar, produzir um novo efeito; ciência, então, é planejamento, raciocínio, análise.
Tecnologia é o resultado material e concreto daquilo que foi pesquisado, obviamente nem toda pesquisa científica produz algo material, mas nem por isso deixa de ser Ciência. Por exemplo, na área de Ciências Humanas o resultado das pesquisas científicas não se caracteriza, necessariamente, pela criação de novas tecnologias, mas nem por isso deixam de trazer um novo olhar sobre aquilo que foi pesquisado. A Técnica consiste na habilidade necessária para a utilização da tecnologia, que é o resultado material da ciência. Para exemplificar peguemos o caso das engenharias que possuem como finalidade principal a criação de tecnologias. Essas inovações precisam de pessoas hábeis no seu manuseio, ou seja, que detenham as técnicas e habilidades para o seu correto uso.
Assim, dependendo da área do saber a Ciência ganha contornos e formas diferenciadas, algumas áreas científicas fornecem novas abordagens e explicações para o objeto estudado, enquanto que outras áreas, além disso, apresentam uma materialidade externada pelo surgimento de uma nova tecnologia para o uso humano.
O Brasil ainda ocupa uma posição singela em relação às publicações científicas no panorama mundial; apenas para exemplificar, o topo do ranking é ocupado pelos Estados Unidos, com aproximadamente 400.000 artigos anuais; a China aparece em segundo com 200.000; o Brasil encontra-se na 15ª posição, com cerca de 30.000 artigos publicados anualmente. Portanto, estamos longe da realidade de outros países. Talvez essa diferença se explique na maneira como o governo brasileiro enxergue o dinheiro destinado para a ciência, ou o vê como despesa, e aí nunca alcançará patamares mais elevados, ou como investimento, que só dará seus frutos tempos depois quando a economia estará a ponto de competir em qualidade com qualquer outro país dito desenvolvido, caracterizando o país não mais como importador de tecnologia, mas como exportador.
Por fim, quem pretende ocupar uma posição de destaque na economia deve preocupar-se com a quantidade e a qualidade de sua produção científica, pois elas constituem o termômetro do progresso econômico do país, e, por conseqüência, do progresso social. A destinação, portanto, de investimentos públicos para a pesquisa deve ser pensada criteriosamente como fator de desenvolvimento e não como algo supérfluo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ciência, Técnica, Tecnologia

A pesquisa científica representa um ponto de extrema importância no universo do ensino superior. Os países desenvolvidos investem somas consideráveis do seu orçamento em projetos de pesquisas, pois são sabedores de que as inovações tecnológicas geradas por tais procedimentos são vetores de desenvolvimento econômico e social. Infelizmente o Brasil parece não compreender que a Ciência é mola propulsora importante na promoção de justiça social.
É preciso fazer uma distinção entre Ciência, Técnica e Tecnologia.
Ciência: é a teorização, a pesquisa elaborada a partir de um ponto que se elege para pesquisar e, acima de tudo, explicar, produzir um efeito novo; ciência é planejamento, raciocínio, análise.
Tecnologia: é o resultado material e concreto daquilo que foi pesquisado, obviamente nem toda pesquisa científica produz algo material, mas nem por isso deixa de ser Ciência.
Técnica: consiste na habilidade necessária para a utilização da tecnologia, que é o resultado material da ciência.
Enfim, dependendo da área do saber a Ciência ganha contornos, formas diferenciadas, e essas especificidades, no aspecto global, dão o tom acerca do que é importante para um país.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O estagiário!

Simplesmente o exemplo de como não deve ser feito, mas não deixa de ser engraçado!

Escolhas...ah escolhas!


Certa vez vez ouvi um provérbio que dizia: "Existem três coisas na vida que não voltam atrás, uma flecha lançada, uma palavra proferida e um oportunidade perdida". Pois bem, perdi a última, e agora? Agora nada, foi-se!
Uma das coisas que um bom profissional espera na sua carreira é o reconhecimento, não apenas no sentido de ser elogiado ou coisa parecida, mas também o convite para um novo posto de trabalho, uma progressão na hierarquia da organização. O fato é que quando acontece o convite uma gama enorme de sentimentos nos acomete, desde felicidade, afinal isso soa como reconhecimento pelo que fizemos, até o sentimento de angústia e receio perante o novo desafio que se vislumbra, principalmente em relação as cobranças e responsabilidades que a subida na carreira impõe. Neste panorama, entre o reconhecimento e o aceite, e a angústia e a recusa, temos que nos colocar de cabeça fria e decidir o melhor, ou pelo menos o que achamos que seja a decisão mais acertada. Só nos arrependemos daquilo que não fazemos; não dá pra chorar o leite que não foi derramado, só o que derramou.
Enfim, decidi por não aceitar o que me propuseram. Tenho quase 40 anos, talvez outra oportunidade como essa não apareça mais, por isso tenho a sensação de ter feito a escolha errada, mas como saber o que é o certo?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A essência da Democracia

A Partir da ascensão da burguesia no século XVII algumas transformações sociais e políticas importantes começam a ocorrer na Europa, sobretudo no que se refere à mudança na legitimidade do poder constituído. Uma pequena retrospectiva se faz necessária para entendermos os momentos que antecedem ao surgimento da moderna democracia.
Até o século XVII os monarcas na Europa concentravam em si o poder absoluto no governo, eram a esfera máxima e indelével de toda a organização política do Estado. Basta lembrarmos do rei Luís XIV na França, que se intitulava o “rei sol”, dado sua ideia de que todas as decisões giravam e dependiam dele (e de fato giravam e dependiam!). Contudo, os movimentos desencadeados pela classe burguesa forçaram as estruturas políticas existentes a se romperem progressivamente. Salientamos que esse desejo de mudança vinda de uma classe emergente se ancorava na ideia do comércio livre, coisa que os monarcas absolutos controlavam duramente dado a necessidade de manter um estado forte e soberano.
As chamadas “Revoluções burguesas” desencadeadas no período em grande parte do continente europeu propunham uma mudança radical na forma de organização política, sobretudo porque retiravam a concentração do poder das mãos dos monarcas e os vinculava a um aparato central, no caso uma legislação e um parlamento de representantes do povo (não convém aqui elucidar o que na época se entendia por “povo”).
Esse modelo de política, germe da democracia moderna, direcionava para o fim do poder soberano e pétreo – que baseava sua legitimidade na “vontade de Deus” ou mesmo na força física – e passa a ancorar seu fundamento de legitimidade no consenso da maioria.
De acordo com o filósofo Claude Lefort, o lugar do poder numa Democracia é sempre “um lugar vazio”, ninguém pode se identificar com ele, sendo, portanto, um lugar transitório, onde a personalização não pode ser aceita, caso contrário a democracia estaria ameaçada pela personalização do poder, isto é, o poder passa a se identificar com a figura de uma pessoa e não mais com o lugar, e isso não caracteriza uma Democracia.
Apenas para exemplificar e tornar mais visível o fundamento primeiro da democracia, é bom lembrarmos dos recentes movimentos no mundo árabe em prol do fim dos governos ditatoriais que se assentam na legitimidade baseada na força física, violência ou mesmo vontade de Alá. Muamar Kadafi na Líbia é exemplo claro disso.
A democracia moderna, conforme argumento da filósofa Marilena Chaui, tem como pilares de sustentação três elementos: primeiro, o conflito, entendido como a essência dos debates e das divergências de opinião, não o conflito no sentido pejorativo, mas aquele debate saudável de argumentos contrários. Segundo, a abertura; toda e qualquer informação pode e deve circular livremente, sem censura de qualquer tipo. E, finalmente, a rotatividade; todo cargo ou posição pública eletiva deve ser, em essência, um lugar vago, nunca uma bandeira fincada de um partido, grupo ou pessoa que dele se apossa e tira vantagens em detrimento da coletividade.
Chegamos ao ponto, esses elementos que formam a espinha dorsal da democracia moderna podem levá-la à ruína, pois admite, logo de saída, seus próprios opositores. A democracia, na defesa da liberdade de pensamento e expressão, permite o surgimento até dos seus detratores, ou seja, “mãe bondosa” a democracia ama até os que a odeiam e colocam em risco sua sobrevivência.
O Brasil, enquanto país democrático de legitimidade consensual, onde o povo é fundamento de todo poder constituído, precisa ficar atento em relação a sua Democracia; é preciso que ela própria amadureça – o que depende do amadurecimento daqueles que fazem parte dela. O povo, maior beneficiário deste regime de governo precisa vigiá-la, cuidá-la para que os opositores não se aproveitem do cochilo da “mãe bondosa” e dilapem sua essência, restaurando a tirania, a censura e a perseguição. Todavia, para que o povo possa assumir integralmente sua parte no processo é preciso que se considere como constituinte fundamental deste próprio projeto democrático, isso só acontecerá quando amadurecer culturalmente e politicamente e não delegar para outrem as decisões coletivas que também dever ser suas. Pensemos nisso!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Férias estressantes!


Por ser filósofo sou bastante livre em relação as abordagens e escolhas de temas para analisar. Ou seja, posso meter o bedelho em qualquer assunto. Sendo assim, e aproveitando as minhas recentes férias, quero tecer algumas palavras sobre algo que me chamou atenção nas minhas andanças pelo país. Fiquei assustado com a quantidade de pessoas que saem de férias e não conseguem alcançar aquilo que se espera de pessoas que estão de férias: RELAXAR.
Estive durante alguns dias no litoral catarinense, presume-se que aqueles que se dirigem para uma praia para passar alguns dias estejam desprendidos de compromissos de trabalho, isto é, estejam tranqüilos e relaxados, completamente imunes das agruras de um dia de trabalho. Contudo, percebi que inúmeras pessoas que deveriam estar relaxadas, simplesmente estavam estressadas.
Por que estou falando isso? Ora, quem vai à praia no mês de janeiro é por que está de férias, ou, no mínimo, numa folga prolongada, portanto, não tem compromisso com tempo ou precisa cumprir uma meta maluca proposta pelo chefe, entretanto, não foi isso que vi, pois encontrei muitos estressadinhos.
É fato que em algumas datas as praias ficam lotadas, como dezembro, janeiro e fevereiro, e quem se desloca para esses lugares já tem que pressupor isso, fila na rodovia pra chegar, fila no supermercado, fila no caixa eletrônico, filas em restaurantes, disputa por um bom local na areia e etc. Isso não me incomoda, pois estou de férias, posso esperar, mas incomoda uma porção de gente. Como isso aparece? Com buzinaço nas rodovias (como se isso fizesse os veículos andarem mais rápido), com reclamações na fila do supermercado (talvez assim o atendende do caixa faça seu trabalho mais rápido, numa velocidade sobrehumana), entre outras situações que externam a "braveza" do homem pós-moderno.
Tendo isso em vista, lanço a questão, será que essas atitudes, é claro proporcionadas por algumas minorias (graças a Deus!) não são reflexo de um homem que é bombardeado no seu dia a dia por uma infinidade de informações e relacionamentos em todas as esferas que impossibilitam que ele se desligue? É celular, MSN, Orkut, e-mail, e muitos mais. Tudo isso deixa o "bichus modernus" em estado permanente de atenção e alerta, não conseguindo, nem em momentos de férias, se desligar, baixar a voltagem, tornar-se mais calmo.
Pensemos nisso!
Voltem sempre!