terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Para viver em sociedade!

Viver em sociedade não é fácil, requer muitos sacrifícios, e talvez o principal deles seja abrir mão dos nossos desejos particulares e individuais em prol de um interesse maior que é a coletividade. Parece simples, certo? Errado! Não é isso que uma análise mais cuidadosa da sociedade brasileira nos revela. Vemos justamente o contrário permeando as relações entre os homens. Até parece que viver em sociedade é um fardo pesado demais, destinado a alguns poucos obstinados pela utopia de uma vida igualitária e de uma crença de que todos agem tendo em vista uma ética pública de respeito às pessoas.
Solidariedade, altruísmo, honestidade são virtudes que parecem pertencer a poucos super-homens, pessoas abnegadas e entregues a uma vida simples e de ajuda às pessoas. Infelizmente a ordem do dia é ser “esperto”, individualista, ambicioso, levar vantagem em tudo. Esse é o tipo ideal (mas não deveria ser) de homem. Esses desvios de comportamento, ou como preferem alguns, vícios, levaram a sociedade brasileira a uma crise de valores morais sem precedentes, onde a corrupção, a violência (de todo tipo), intolerância, preconceito, campeiam sem que nada ou muito pouco seja feito para freá-las. E certamente a sensação de impunidade corrobora com tal situação.
Thomas Hobbes (1588-1674), filósofo inglês, afirmava em sua época que “o homem é o lobo do homem”. Não precisamos nos esforçar muito para apreender o peso dessa afirmação, mesmo em dias atuais. Para viver com um mínimo de harmonia em sociedade nós temos um só inimigo, nós mesmos.
Longe de fazer aqui um discurso reacionário ou retrógrado, dizendo que no passado que era bom, que hoje está tudo uma bagunça, ninguém mais se entende, quero apenas externar algo em que acredito piamente: nem todas as mudanças que aparecem e que ganham a pintura de “moderno” ou de “progresso” necessariamente o são. Só há progresso moral quando os novos valores ou padrões de comportamento que surgem agregam à coletividade, nos tornando mais humanos, mais tolerantes, mais propensos a vida em sociedade. Precisamos acreditar que a democracia é a melhor maneira de se viver e que qualquer tipo de violência deve ser rechaçada. Não me perguntem onde está ou de quem é a culpa por este mundo de barbárie e selvageria comportamental, onde todos fazem o que querem sem ao menos refletir sobre seus atos. Precisamos parar e pensar em que sentido o que fazemos em favor de nós mesmos (individualismo exagerado) reflete na vida de outras pessoas. Se está interferindo negativamente é preciso analisar o nosso proceder.
Enfim, o fato é que o mundo modifica-se numa velocidade de deixar qualquer um atônito, assim é natural nos sentirmos perdidos, sem saber que direção enveredar, porém a principal arma que temos para lidar com essas situações é o já aclamado “bom senso”. Para que não nos tornemos “canibais” da nossa própria espécie, destruindo o viver em sociedade, precisamos proceder pensando no coletivo e não somente em nós mesmos. Precisamos, mais do que nunca, agir com ética!

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