sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As lições dos Estados Unidos


A atual crise da dívida pública dos Estados Unidos acendeu novamente a luz vermelha nas relações internacionais; mais do que tudo trouxe à tona a fragilidade de uma era de integração econômica onde o mundo se conecta em elos de interdependência, o que acontece em qualquer canto do planeta tem peso decisivo no bojo de todas as relações efetuadas no globo. Ou seja, tomando por base a teoria do caos, uma borboleta batendo asas na Ásia faz com que um furacão acontece na América.
Para um economista ou um administrador isso é óbvio e fruto de uma economia que se mostra interdependente, refletindo a mais própria Divisão Social do Trabalho, onde alguns países se especializam ou tem sua base econômica na produção de matérias-primas para a exportação, como é o caso do Brasil, ou fundamentam-se na exportação de tecnologia de forte valor agregado, como por exemplo, Japão e Estados Unidos.
Proponho analisarmos em outro prisma. Ocupar a primeira posição no planeta demanda uma série de dispêndios e esforços, isto é, não é fácil alcançar o lugar mais alto da hierarquia econômica, política, militar e cultural, como é o caso do EUA, pior ainda é manter essa posição indefinidamente. A história nos mostra que todos os grandes impérios sucumbiram, não duraram para sempre. O império de Alexandre, o grande, desabou frente a sua própria sede de incorporações territoriais, algo parecido aconteceu com o império romano, que mesmo durando mil anos viu seu fim chegar. A Inglaterra, que dominou o planeta durante o século XIX teve seu lugar tomado justamente por esta nação que agora sofre com sua crise interna, mas que talvez não leve apenas ela, mas muitos outros países para a bancarrota. Seguramente seu lugar será tomado por outro país. Qual será?
Não estou dizendo que os Estados Unidos sucumbirão agora, apenas que se prevalecer a lógica da história mais cedo ou mais tarde eles darão seu lugar a outro país, ou, na pior das hipóteses, para o surgimento de outro modelo econômico, desaparecendo por completo o modo de produção capitalista; isso já aconteceu, como exemplo tivemos o fim do modo de produção escravista, o fim do modo de produção feudal, entre outros. A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que virá? O que acontecerá num futuro não muito distante? Isso só o tempo poderá dizer.
Qualquer coisa que dissermos são apenas suposições, o fato é que o capitalismo prescinde sua existência unicamente de recursos naturais, e quando estes não forem mais suficientes ele desaparecerá. Existem visões ou teorias otimistas e pessimistas em relação a maneira de vivermos e estabelecermos nossas “relações sociais de produção” (como diria o bom e velho Karl Marx). Leon Trotsky disse, numa alusão extremamente pessimista: "Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!" Já Winston Churchill asseverou: “A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias.”
Estas são apenas algumas divagações acerca desse panorama que se desvela, mostrando-se multifacetado e indicando várias possibilidades de abordagem, cabe a cada um pensar o seu tempo, que aparece como tendo característica indelével a extrema velocidade nas relações e ao mesmo tempo de intensas dependências, sejam econômicas, sociais e culturais; estamos todos no mesmo barco ao sabor dos ventos, ou do bater das asas da borboleta.

Um comentário:

  1. Não mudo a minha concepção de que, o socialismo só funciona na teoria. Mas devo dizer que o capitalismo anda bem "desorganizado", falta uma certa gestão nesse quisito, ainda que pareça impossível distribuir essas tais riquezas. Penso que a mistura de Capitalismo e Socialismo passa ser mesmo uma boa solução.

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